Compulsão parte II

Aos 31 anos tive a iniciativa de procurar tratamento. Lembro que o meu estado emocional estava em frangalhos! Nessa época estava com 92Kg. Foto abaixo

 Gostaria de frisar que nunca em minha vida fui magra. Nunca mesmo! Sempre cheinha. De todos os regimes que fiz o mínimo peso que cheguei foi 68Kg. Foto abaixo

Pois bem, iniciei meu processo de terapia e comecei a compreender uma série de coisas. Comecei a entender muitas questões minhas que sozinha certamente , não entenderia. Isso foi me dando sobriedade diante da compulsão, foi me ajudando a entender porque tinha um vontade incontrolável de ingerir alimentos. O processo terapeutico é doloroso e exige muito de nós em todos os sentidos.Mas segui e venho seguindo firme nesse propósito. Paralelamente fui orientada pela minha terapeuta a buscar um acompanhamento psiquiátrico pois nos casos de disturbio alimentar isso é imprescindível. Para aceitar isso foi muito difícil. Não me via dependente de remédios.!!!! Aos 31 anos tomando remédio controlado!!! Todo o meu preconceito foi posto a mostra. A idéia que se tem das pessoas que tomam esse tipo de medicação e que fazem acompanhamento com psiquiatras, é que são pessoas loucas. Mas venci. Fui até a psiquiatra e comecei at omar a medicação. Melhorei do ponto de vista da compulsão e outros sintomas, porque antes, além da compulsão tinha taquicardia, ansiedade, medo, sensação de que algo ruim estivesse para acontecer, prostração, medo da morte. Sentindo essa melhora nas consultas que seguiram com a psiquiatra notei que ela era meio estranha. A criatura começava a dormir no meio da consulta!! Credo! Numa dessas consultas ela me disse que não iria conseguir emagrecer somente com o remédioq ue tomava (que era um antidepressivo) e me receitou a sibutramina. Estava certa de que a médica não era confiável por conta de sua forma de atender mas mesmo assim fui em frente com a sibutramina. Tomei e de 92Kg fui para 85Kg em três meses. Me sentia bem até o dia em que tive uma crise de pressão 18 por 10 (não sei como escreve). Fui para emergência umas 6 vezes no mês com a pressão oscilando. Abandonei a psiquiatra mas não o anti depressivo pois essas medicações não se para de tomar bruscamente. É um desmame, e assim o fiz. Então procurei um cardiologista bom, competente e depois de vários exames foi diagnosticado hipertensão arterial. Minha mãe e minha tia são hipertensas. Herdei esse presente!! Fiquei muito mal, me senti culpada pois pensava: se não estivesse tão gorda poderia ficar livre disso! O que fiz comigo mesma!?! Então, numa das consultas da terapia, minha terapeuta disse: Essa é uma realidade... vc está hipertensa e acima do peso mas quem lhe garante que se vc estivesse magra também não estaria hipertensa?!? Lembre-se de que isso tem um forte fator hereditário. Então, mais uma dificuldade: dependencia de dois remédios para pressão!! Toma-los diariamente sem esquecimentos. Deus do céu! Aos 32 anos hipertensa e tomando antidepressoivo. O que mais poderia me ocorrer?! A essa altura minha cabeça se ocupava com isso e o cuidado com a redução de peso estava em segundo plano. CONTINUA NO PRÓXIMO POST...